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É com alegria que disponibilizamos este blog para visitação. Aqui você encontra lazer, cultura e informação. "Um país se faz com homens e livros." Nunca é demais repetir, reprisar essas palavras de Monteiro Lobato que, muito mais do que uma tirada poética, é uma afirmação plena do realismo e tem ecos em toda a nossa evolução histórica.

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A BIBLIOTECA

Venha me visitar, ó criançada,
Eu sou o prolongamento de tua escola,
Tu podes me chamar de "madrinha", "fada"...
Dos magos do saber eu sou a cartola.

A Biblioteca está á tua espera,
Ela jamais se cansa de esperar,
Pois ela é mestra que ensina e impera,
Enquanto Castro Alves proclamar;

- Bendito, sim, bendito o que semeia,
Livros, muitos livros, a mão cheia,
Fazendo-nos pensar e progredir.

Venham me visitar, ó estudantes,
Saber é luz em flocos fulgurantes
E eu sou o lampadário do porvir.


BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL LUIZ CARLOS BARBOSA LESSA

FEVEREIRO/2002

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

TRADIÇÕES GAÚCHAS





A Província de São Pedro do Rio Grande do Sul foi a última parte do Brasil a ser colonizada. A razão da vinda tardia dos portugueses, devia-se por ser esta região inóspita, deserta, massacrada pelo minuano e os colonizadores não vislumbravam nenhuma riqueza aproveitável. Além disso, a maioria das terras, pertenciam a Espanha. Somente após o Tratado de Madri (1750) é que, por exemplo, as Missões jesuíticas dos Setes Povos passaram às mãos portuguesas.

Motivos estratégicos é que obrigaram os portugueses a conquistar este espaço, que era chamado de "terra de ninguém". Eles já tinham fundado em 1737, o Forte Jesus, Maria e José (atual cidade de Rio Grande), que neste momento expande-se além de suas muralhas de taipa e, as terras à volta, são ocupadas sob a forma de sesmarias.

Com a chegada dos casais dos Açores, que iniciou-se a partir de 1748, o Continente de São Pedro é alimentado por um incremento demográfico. Este povo, habituado às pequenas propriedades das Ilhas em que anteriormente viviam, recebem enormes extensões de terras. Adaptando-se ao clima e a topografia, tornam-se estâncieiros.

Os açorianos mesclam-se com os castelhanos andarilhos que por aqui vagueavam sem ocupação certa, mas sabiam tropear, lidar com o gado, roubar e pelear.

Em 1824 chegaram ao Brasil os alemães e em 1870 os italianos. Com o caldeamento das raças, resultou um tipo humano ímpar "o gaúcho do campanha".

NEM SEMPRE HERÓI...

O mito gaúcho é recente, sua data mais antiga é 1617, "mozos perdidos", que viviam inicialmente na proximidade de Santa Fé, atual Argentina.

Em  Buenos Aires eram chamados de "cuatreros e vagabundos", que roubavam e assolavam o campo. Em 1642, os jesuítas registraram vagabundos que pilhavam as estâncias das missões. Em 1759, foram designados de "gaudérios ou gaúchos", estes homens que circulavam pela Capitânia de Rio Grande de São Pedro. Durante a época das safras eles conseguiam empregos temporários nas fazendas de criação de gado.

Durante a Revolução Farroupilha, eles perdem seu termo pejorativo e passam a serem considerados homens dignos, bravos, patriotas e destemidos. Eles são cultuados, a partir deste momento como indivíduos irreverentes, guerreiros, ligados as lidas do campo e do gado.

O gaúcho, foi uma figura masculina, que em meados do século dezenove já era mito. Símbolo dos pampas, no decorrer da história, torna-se um arquétipo de "Ser Nacional". Era-lhe atribuídos predicados múltiplos como: hombridade, valentia, espírito de luta entre outras. Um homem que havia forjado uma forma de vida sob a qual o estigma da liberdade sinaliza seus passos. Um ser indomável que vivia solitário e desprendido de qualquer conforto. Foi estilizado e cultuado na literatura como um "centauro dos pampas"ou "monarca das coxilhas", um semi-deus que galopava livre distribuindo justiça e generosidade.

Grande parte da ideologia do gaúcho, encontra-se hoje preservada pelos atuais CTG's, que surgiram no final da década de 40, frutos de um desejo apaixonado de resgatar as raízes da cultura gaúcha. Através de suas atividades, reproduzem com orgulho os hábitos do homem do campo, que colonizou e fez crescer o Estado, mantendo sempre acesa a chama da história.

Todo o povo gaúcho, sempre exaltou a coragem de seus ancestrais, canta seu apego à terra e seu grande amor pela liberdade

ORIGEM DO NOME

A origem da palavra GAÚCHO, tem muitos segmentos. Segundo alguns autores, o termo provém do guarani e significaria "homem que canta triste", aludido provavelmente à "cantilena arrastada dos minuanos".

A maioria dos autores rio-grandenses, no entanto, diz que seria uma corruptela da palavra Huagchu, de origem quêchua, traduzida por guacho, que significa órfão e designaria os filhos de índia com branco português ou espanhol.

O CAVALO EM CENA  



O folclore do Rio Grande, dignifica a magnitude da alma do povo gaúcho, legendário na história e amante fiel do seu bravo companheiro: o cavalo.

Não se concebe um gaúcho sem seu cavalo. A galope, este cavaleiro é o rei dos pampas. Foi através de seus trópeis e cavalgadas que se completou a integração da região rio-grandense no século dezenove.

No campo vislumbrava-se este herói alado com seu pala esvoaçante ao sabor do vento minuano. Em suas veias correm todos os sangues: índio, português e levemente negro. Assim era o jovial habitante dos pampas. Ao seu lado, uma linda prenda.

A DOMA  



Este cavaleiro indomável é exímio domador. A doma é a parte mais empolgante dos rodeios, o maior atrativo das festas dos Centros Tradicionalistas do Rio Grande do Sul.

Neste evento, o peão cavalga sem arreios, em pêlo. Homem e cavalo tentam uma aproximação. O animal corcoveia, pinoteia em uma luta feroz corpo a corpo. O peão insiste em domar o cavalo. O cavaleiro pode acabar beijando o chão ou o cavalo sossega domado. Todo este feito é acompanhado pelo aplauso e delírio de uma grande assistência.

Uma doma festiva é bonita de se ver! É regada a gaita de fole, pessoas pilchadas, muitos cânticos e poesia.

OS COSTUMES DO GAÚCHO  

"Gaúcho, forte e ágil, sua arma é o laço, que atado a cincha do lombilho, o braço campeiro, boleia e arremessa com vigor o seu potente laço. Simples e ingênuo, desfaz as sugestões de desprezo, porque a liberdade é a mais alta afirmativa da natureza humana".
 Os hábitos do gaúcho são em geral ligados à vida no campo. Os mais conhecidos são:
  É ágil no uso do laço – o gaúcho sabe laçar um cavalo ou um boi usando o laço, feito de couro trançado.
Ser condutor de gado, ou seja, tropeiro - normalmente esse trabalho é realizado por um peão tanto de dia como à noite, faça sol ou faça chuva, esteja  nevando ou soprando o minuano.
Fazer do cavalo um companheiro – o gaúcho procura nunca se separar do cavalo, animal introduzido, no nosso rincão gaúcho, através das Missões, pelos padres jesuítas. O cavalo é chamado pelo gaúcho de pingo. O Rio Grande do Sul tem manadas de grande beleza: os baios, os alazões, os pangaré e tantas outras pelagens.
Seu alimento predileto é o churrasco e o arroz de carreteiro.
Sua bebida preferida é o chimarrão.

A ALEGRIA DAS DANÇAS  

As danças gaúchas são a legítima expressão de sua alma. Em todas elas vê-se o espírito de fidalgia e o respeito a figura feminina, que sempre caracterizou o campesino rio-grandense. Todas também dão margem para ele extravasar a sua criativa teatralidade.

As danças folclóricas gaúchas, possuem uma peculiaridade,  são sempre evolucionadas aos pares. Este fato encontra justificativa na formação histórica do povo gaúcho, uma sociedade que só se firmou e deitou raízes nesta terra através da participação atuante da mulher. Ela jamais foi reclusa como as mulheres das Casas Grandes, dos engenhos do Nordeste.

As danças dos pares entrelaçados faz muito sucesso.

A mais típica representação tradicional do Rio Grande do Sul, no campo das danças, é o velho "fandango".

 As danças folclóricas são: Pezinho; Balaio; Chula; Xote; Boilaneira; Canaverde; Anu; Maçanico; Tatu com Volta Romeiro; Tirana do Lenço; Rancheira de Carreinha e a Chimarrita.

As Danças de Salão são: Valsa; Vaneira; Vaneirão; Xote; Milonga; Bugio; Rancheira e Chamamé.

INDUMENTÁRIA DO GAÚCHO



A partir de 1865 definiu-se a indumentária do gaúcho atual.

Vestuário característico masculino:

 Chapéu de couro ou de feltro de abas largas preso pelo barbicacho, o poncho sobre os ombros, o lenço geralmente de cores vivas, de nó corrediço. Uma camisa de lã ou de pano grosso. Na cintura, a "guaiaca", cinto largo onde traz a faca e a garrucha no coldre. As bombachas, calças largas apertadas no tornozelo, as botas com "chilenas" (esporas de rosetas grandes) e finalmente ao pulso a presilha do rebenque da várias tiras, não esquecendo do laço de couro de burro. Está ele pronto nos pampas para enfrentar.

Usado ao pescoço, pode ser de diversas cores, sendo a branca e a vermelha as mais comuns. No passado, tiveram conotações políticas: o vermelho republicano (1835), maragato ou federalista (1893), maragato ou libertador (1923); a branca pica-pau (1893) e chimango (1923). O preto somente é usado em sinal de luto.

O lenço é amarrado por nós, sendo que há mais de dez modelos diferentes. Alguns exemplos: nó-de-rodeio, "Assis Brasil", "farroupilha", nó-de-domador, "namorador", cabeça-de-touro e "rapadura".

Vestuário característico feminino:

De 1820 a 1870 a mulher gaúcha usou vestido de seda ou veludo, botinhas fechadas, travessa nos cabelos, leque, meias brancas e xale. Era a influência européia.

A mulher campesiana usava uma saia e um casaquinho, meias, cabelos soltos ou trançados, sapatos fechados e ao pescoço um pequeno triângulo de seda, chamado Fichu.

A partir de 1870 até os tempos de hoje, a prenda usa vestido de chita sem muitos babados, meia branca, sapatilhas pretas sem salto alto, bombachinha, flor ou fita no cabelo e sem muitas jóias e maquiagem. A prenda conserva a simplicidade da mulher gaúcha, sem afetar a beleza de um ser de padrões morais superiores.

SEMANA FARROUPILHA  



À meia-noite do dia 7 de setembro de 1947 nasceu a chama crioula, iniciativa deste grupo de estudantes para homenagear os soldados mortos na Revolução Farroupilha e na  Segunda Guerra Mundial. A chama crioula que acabava de nascer significava a liberdade e a confraternização entre os povos do mundo.

No dia 11 de dezembro de 1964, através da Lei 4.850, a Assembléia Estadual do Estado do Rio Grande do Sul, oficializou a ronda gaúcha, com o nome de Semana Farroupilha. O período de comemoração passou a ser de uma semana, do dia 14 à 20 de setembro.

Em 1996 , através de lei federal, o dia 20 de setembro foi oficializado o dia do gaúcho ou dia da liberdade, no qual são homenageados os heróis da Revolução Farroupilha.

Na Semana Farroupilha é intensa a programação dos CTG’s no Brasil e em outros países. No dia 14 de Setembro a chama crioula chega na maioria dos 2500 CTG’s espalhados por todo o Brasil.

A chama vai ao Parque da Harmonia, no centro de Porto Alegre, onde ficam acampados centenas de CTG’s, durante a Semana Farroupilha. A chama crioula vai também ao Palácio Piratini, sede do governo do Estado. O próprio governador acende o candeeiro com a chama crioula, a qual ficará guarnecida por soldados da Brigada Militar até o dia 20 de Setembro.

 Durante a Semana Farroupilha são realizados estudos, palestras, atividades campeiras, culturais e também grandes bailes gauchescos.

O Rio Grande do Sul, sob a magia e o encanto de suas belas paisagens, nos oferece um riquíssimo folclore. Tão grande acervo brotou da convivência do homem do campo às margens da fronteira, mesclado com as raças do litoral, comungado com a farta dádiva da natureza criadora.

O folclore gaúcho é seiva da hospitalidade do povo rio-grandense, onde germinam usos e costumes espontâneos.

O folclore gaúcho tem o gosto marcante do chimarrão, a alegria contagiante dos fandangos e o olhar matreiro do Cruzeiro do Sul.